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“Emek é nosso”/“Istambul é nossa”: recuperação do cinema Emek

“Emek is ours /Istanbul is ours’’: reclaiming Emek cinema, MAY 2011

Istambul, a resistência do Emek

No dia 17 de abril, centenas de pessoas se reuniram para demonstrar sua resistência ao projeto de renovação do cinema Emek, um dos mais importantes representantes do patrimônio cultural da Grande Istambul. De acordo com o projeto da prefeitura local - Beyoglu - e da prefeitura da Grande Istambul, o complexo, que conta com o Emek e também com um pequeno cinema e uma antiga loja de pastelaria, será transformado em um shopping center que vai abrigar um museu como  Madame Tussaud.

Construído, em 1884, pelo arquiteto Alexander Vallaury e utilizado, até 1924, para diferentes propósitos (clube de caçadores, ginásio esportivo, circo, local de patinação), só então o edifício Emek foi inaugurado como cinema. A princípio nomeado ‘Melek’ (anjo, em Turco) por causa de suas belas figuras angelicais em estilo artnouveau, foi comprado, em 1957, por uma instituição estatal de fundo de pensão e, posteriormente, recebeu o nome de Emek. Apresentando uma arquitetura eclética (otomana, com elementos artnouveau), salas espaçosas, com capacidade para 875 pessoas, e de fácil acesso à rua, o cinema tornou-se, desde então, um dos pontos culturais mais importantes de Istambul. Em 2000, o Emek foi restaurado, e seu sistema de som foi substituído por Dolby Digital, permitindo que competisse com os mais modernos cinemas de Istambul.

“Emek is ours /Istanbul is ours’’: reclaiming Emek cinema, MAY 2011

O cinema Emek

Local de festivais de filmes internacionais e de festivais independentes em Istambul, parte da história da cidade como espaço de memória coletiva, equipamento cultural para todas as classes sociais (e para os estudantes), a importância de Emek suplanta todos os tipos de especulações financeiras. Infelizmente, o cinema está fechado há mais de dois anos, à espera de sua demolição. Situado no coração de Beyoglu e, portanto, em um lote de terra de alto valor especulativo, (autoridades) pretendem transformá-lo em um grande shopping center, tal como o recém “restaurado ” edifício vizinho – o Demiroren - que também se transformou em um shopping center.

Ativistas, atores de cinema, artistas, representantes da mídia, acadêmicos e cidadãos, iniciaram uma resistência Contra o projeto de “renovação  do edifício e pela recuperação do Emek e sua transformação em espaço cultural de cinema. Essa resistência começou com uma manifestação que teve lugar no dia 17 de abril, do qual centenas de pessoas participaram. A multidão, a caminho do Emek, ocupou por uma hora o shopping Demiroren, gritando os slogans: “Emek é nosso/Istambul é nossa” e também “Saiam do Emek/Vamos demolir o Demiroren”. Assim, a multidão entrou na rua do cinema Emek.

Ekümenopolis , o documentário sobre a reforma urbana de Istambul foi televisionado lá: http://emeksinemasiblogspot.com/  (role para baixo: “17 de abril” para assistir ao vídeo)

A segunda manifestação ocorreu, à noite, logo após as demonstrações de primeiro de maio. Desde então, todo domingo, com início às 17:00 hs, acontecem atividades e táticas criativas para apropriar-se da rua do cinema Emek. A rua já foi palco do festival de filme feminista, no dia 8, abrigou discussões “na hora do chá ”, no dia 15 e recebeu dois conferencistas importantes que trataram do tema da reforma urbana, no dia 22. Certamente, haverá outros eventos nos próximos domingos; quando a multidão se ampliará, na medida em que os espectadores aderirem aos manifestantes.

“Emek is ours /Istanbul is ours’’ : reclaiming Emek cinema

O novo projeto, outro shopping center para Istambul

O Emek, um edifício com alto valor histórico e espaço único representativo na memória coletiva da cidade, tornou-se também símbolo de resistência à desumanidade, à injustiça e à violação de direitos, que emanam de todas as “renovações ” urbanas e políticas “reformadoras ” na cidade. Enquanto exigimos Emek, exigimos que “Istambul seja nossa”, assim como exigimos o Direito à Cidade.

Lugar para o qual este artigo se aplica


Os(As) seguintes Tradutores(as) Voluntários(as) pelo direito à moradia sem fronteiras da AIH colaboraram com a tradução deste texto:

Daniel Themistocles, Virginia Murad

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