Organizamos as Jornadas Mundiais Desalojamento Zero em 2008 !
Convidamos : associações de moradores, inquilinos, sem-teto, sem-terra, imigrantes; cooperativas, comitês e centros sociais assim como movimentos sociais urbanos de todo o mundo para reforçar suas iniciativas (marchas, entrevistas coletivas, demonstrações, dias de solidariedade, bloqueios, reuniões, etc.
O dia do Habitat Mundial, (Luanda, 6 de Outubro de 2008) e, o Fórum Urbano Mundial (Nanjing, 3-6 de Novembro de 2008), de novo pelo fato da problemática organização nesses países que continuam com enormes demolições e evicções, ao nome das modernizações fundadas sobre o ponto de vista neo-liberal, estas são ocasiões apropriadas para fazer fortemente sentir os gritos de indignação dos habitantes.
A verdade é que, outros 700 milhões de habitantes serão forçados, em breve, a se juntar aos já existentes um bilhão de pessoas sem –teto ou vivendo em condições precárias de moradia, de acordo com o censo feito pela ONU. Trata-se de uma séria violação da segurança dos agrupamentos humanos, porque:
- Destrói a serenidade das pessoas, famílias e comunidades, condenadas à busca contínua e precária por refúgio, em vez de pacificamente dedicarem seu tempo à construção de cidades e assentamentos seguros, dignos e livres;
- Demonstra que não só as violações dos direitos internacionais estabelecidos continuam sem punição, mas que também são encorajadas em nome do progresso neoliberal;
- Quebra todo e qualquer pacto social de co-habitação civil fundado sobre o respeito aos direitos, justiça, sustentabilidade e construção de um futuro comum;
- Determina a falência do Objetivo nº 7-11 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (Millennium Development Goals – MDG), portanto minando a esperança e a credibilidade nas instituições públicas e nas Nações Unidas.
Felizmente atualmente há várias campanhas de habitantes de todo o planeta pelo direito à moradia segura, lutando contra os despejos e evacuações em massa devido a investimentos financeiros ou imobiliários para a criação de infra-estruturas e mega projetos, discriminação social, econômica, racial e de gênero, privatização, guerras, desastres naturais e corrupção.
A Campanha Desalojamento Zero tem contribuído de forma efetiva para dar voz às populações e suas culturas, levantando a resistência e atingindo importantes resultados em diversos países.
No entanto, isto não é suficiente: é necessário criar um espaço social de união de movimentos urbanos no qual se possa trocar experiências e opiniões, falar de estratégias comuns e iniciativas de parceria que levem em consideração diferentes culturas e ritmos, e que sejam capazes de reforçar a resistência e fazer propostas alternativas.
Por conseguinte lançamos um apelo a organizar as Jornadas Mundiais Desalojamento Zero durante todo o mês de Outubro de 2008, sem falha, seguido da Campanha Global 2007-2008: Lutemos todos juntos por uma casa para toda a gente! , como decidido pela IAI, FAL e HIC durante O FSM de Nairobi , e como um exercício preparatório unitário da Assembléia Mundial dos Habitantes prevista para o ano de 2011.
Por isto convidamos : associações de moradores, inquilinos, sem-teto, sem-terra, imigrantes; cooperativas, comitês e centros sociais assim como movimentos sociais urbanos de todo o mundo para reforçar suas iniciativas (marchas, entrevistas coletivas, demonstrações, dias de solidariedade, bloqueios, reuniões, etc) planejando-as de forma alinhada com o “Mês do Despejo Zero pelo direito à moradia segura”, de forma a:
- Denunciar a ameaça à desocupação forçada, demolições e apartheid de moradia;
- Bloquear a desocupação de propriedades e terras, e leilões de moradias de vítimas de fraudes de financiamento imobiliário;
- Fazer campanha contra a privatização, liberalização e corrupção dos setores de moradia e distribuição de terras;
- Dar apoio às campanhas de reforma agrária e à utilização de vagas de moradia usadas para especulação;
- Dar apoio ao cancelamento da dívida externa através da constituição de um Fundo Social para Moradia e Terra, a ser controlado por associações de moradores;
- Dar apoio à reconstrução ativa de assentamentos destruídos por desastres naturais e guerras;
- Requisitar das autoridades locais e chefes de estado que declarem seus territórios “áreas livres de desocupação”, ao aplicar políticas adequadas;
- Relançar de forma contínua Campanhas de Despejo Zero e propor novas campanhas.
Convidamos seriamente as autoridades locais, os governos nacionais e regionais, as Nações Unidas, em particular UN-Habitat e o Grupo de Aconselhamento em Desocupações Forçadas (Advisory Group on Forced Evictions – AGFE) para apoiar estas iniciativas que seguem o artigo 11 do ICESCR, de forma a atingir os objetivos do MDG, particularmente o de nº 7-11.
Não às campanhas isoladas!
Por que somente os esforços conjuntos, solidariedade e justiça podem assegurar o direito à moradia!
ALIANÇA INTERNACIONAL DE HABITANTES
Setembro 2008
Envie sua proposta para o: Jornadas Mundiais Desalojamento Zero!
A publicaremos (grátis) numa página especial interativa e multilingüe no, o site pelos direitos a uma casa sem fronteiras que conta com mais de 180.000 contatos por mês.