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A Via Urbana

Rumo a uma Rede Mediterrânea dos Habitantes iSí, se puede! (Sim, podemos!)

Pedro Martin HERAS

Pedro Martin HERAS

Pedro Martin HERAS, Plataforma Afectados por la Hipoteca, Espanha

Rumo a uma Rede Mediterrânea dos Habitantes iSí, se puede! (Sim, podemos!)

A PAH é um movimento cidadão composto por cerca de 252 núcleos que lutam pelo direito à moradia na Espanha. Eu me comprometo pessoalmente nessa iniciativa porque acredito nela. Incentivo vocês a se dedicarem a este projeto com toda a energia. Porque, como dizemos na PAH, iSI SE PUEDE! (Sim, podemos!)

1) A Plataforma « Atingidos pelas hipotecas » (PAH) é um movimento cidadão composto por cerca de 252 núcleos que lutam pelo direito à moradia na Espanha. A existência de tantos núcleos supõe uma grande participação das pessoas, o que se explica pelo fato de que em 2007 e 2008 sofremos mais de 500 mil despejos na Espanha. Em outras palavras, mais de 500 mil famílias foram despejadas de suas casas e a maioria delas após procedimentos judiciários baseados em contratos de crédito imobiliário. Hoje, os despejos locativos aumentam.  

2) Tanta participação favorece a inteligência coletiva. Nossas assembleias são abertas e horizontais. Não há papéis de comando. O conselho é coletivo nas próprias assembleias. A experiência nos levou a encontrar estratégias de luta e de defesa que englobam, ao mesmo tempo, os planos individual e coletivo.

  • Não há consciência política suficiente, mas uma consciência difusa das práticas bancárias (contratos e cláusulas ocultas).
  • Faltam moradias sociais na Espanha e 3 milhões de moradias vazias pertencem aos bancos!
  • O trabalho é feito sobre os aspectos individuais: a defesa de cada pessoa despejada e o trabalho para mudar a lei na Espanha e na UE.
  • O indivíduo, a pessoa ou a família chegam pela primeira vez a uma assembleia psicologicamente quebrados. É o coletivo que salva a família, devolve-lhe sua dignidade, ao eliminar o sentimento de culpa e de fracasso. É coletivamente que emerge o que chamamos de autonomização. É a força reencontrada pelas pessoas para encarar seus próprios problemas e resolvê-los, ou para canalizar sua vida. Ser o protagonista principal tocado por sua própria cura. Essa maneira de trabalhar faz da PAH uma organização estabelecida e respeitada.
  • No nível coletivo, graças às comissões de trabalho, aprendemos a conhecer nossa situação. Reconhecemos os mecanismos empregados pelos bancos e/ou proprietários, os atores, os efeitos e as consequências para todas as vítimas dessa crise, a bolha imobiliária na Espanha, que chamamos diretamente de Fraude . Sabemos que todos esses fenômenos que nos dizem respeito estão enraizados em uma mentalidade capitalista neoliberal e que se revestem, portanto, de um caráter internacional. É por isso que trabalhamos em todos os níveis territoriais: local, provincial, regional, europeu e internacional. Porque sabemos que os comportamentos desses atores financeiros são os mesmos no mundo todo.
  • Interromper um despejo, com nossos corpos fechando a passagem para a polícia na entrada das casas, para nós é um exercício cotidiano. As tentativas de despejo se repetem mais de 160 vezes por dia. As PAH não estão em todos, pois não ficamos sabendo da maioria dos casos. Mas, quando sabemos, agimos: ocupar o espaço público, receber o cortejo judiciário com um de nossos comitês de negociação, negociar com as partes até conseguirmos convencer que sem alternativa de moradia não pode haver despejo. De ninguém, e ainda menos quando há crianças na célula familiar. Ultimamente, utilizamos um relatório do Comitê das Nações Unidas para o DESC, que obriga a Espanha a cumprir suas obrigações, por ter assinado os acordos internacionais fundamentais. Examen Comité DESC a España en derechos económicos, sociales y ...https://observatoriorsc.org/examen-comite-desc-espana-derechos-economicos-sociales…  La ONU se ha convertido en el último recurso para evitar el desalojo ...  https://www.eldiario.es/.../familias-punto-desahuciadas-encuentran-aliado_0_7989706  

3) Africités é um convite que a PAH pode aceitar. A proposta de fazer parte de uma Rede Mediterrânea pelo direito à moradia, à cidade e à governança parece-nos interessante. Toda a energia pessoal a serviço dessa luta não basta para atingir objetivos como a melhoria dos direitos, sua conquista ou a simples aplicação da Carta dos Direitos Humanos.

  • Nesta ocasião, pomos sobre a mesa nosso valor maior: uma experiência de luta que em breve vai completar 10 anos (fevereiro de 2019). Nossa comissão internacional PAH, da qual sou membro e representante aqui com vocês todos, informará dessa assembleia na Assembleia da PAH sobre as motivações e os objetivos que ela implica, a fim de que possamos considerar a possibilidade de aderir a esta Rede Mediterrânea.
  • Na cidade em que vivo, no norte da Espanha, que se chama Irún (Gipuzkoa), neste momento, mais de 30 africanos tentam entrar na França, mas eles são mandados embora sem contemplação. Há organizações locais que prestam assistência e ajudam, mas não são as instituições públicas que tomam a iniciativa e assumem suas responsabilidades.
  • O que penso é que o problema da emigração/imigração nos diz respeito, nós o vemos sempre perto de casa. Estamos conscientes. Sabemos que a terra pertence a todo mundo, e queríamos que a imigração deixasse de ser forçada e se tornasse voluntária. A questão é saber o que a PAH pode fazer para contribuir para esta Rede Mediterrânea.
  • A primeira resposta a essa questão é que, já que todos os membros da PAH são voluntários e não trabalham com dinheiro, a disponibilidade dependerá de cada momento. A Comissão Internacional PAH conta sempre com uma pessoa disposta a representar a PAH no mundo todo. Essa comissão PAH fará tudo para responder às necessidades desta Rede Mediterrânea nascente. Com a condição de não nos afastarmos de nossas linhas vermelhas (não-violência, apartidarismo, horizontalidade, cuidar uns dos outros).

4) A PAH, por intermédio de sua Comissão Internacional, comunicará oficialmente sua posição com respeito a esta iniciativa. Comprometo-me pessoalmente com esta iniciativa porque acredito nela. Incentivo todos vocês a participarem deste projeto com toda a energia. Porque, como dizemos na PAH…

iSI SE PUEDE!

(SIM, PODEMOS!)


O(A) seguinte Tradutor(a) Voluntário(a) pelo direito à moradia sem fronteiras da AIH colaborou com a tradução deste texto:

Maria Betânia Ferreira

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